VIAGEM DE SONHO AO JAPÃO - TOKYO
Japão era daquelas viagens de sonho... daquelas que não sabemos se um dia vamos conseguir realizar, daquelas que sabemos que é preciso já ter feito algumas viagens para aproveitar bem cada segundo naquele país tão, mas tão perfeito.
Tenho recebido imensas mensagens a pedir o relato, assim como dicas da minha viagem. E aqui eu conto tudo, o que gostei e o que não gostei e muito sinceramente não me lembro de não ter gostado de alguma coisa.
Já tinha realizado o sonho de conhecer Sydney, New York ou mesmo Cape Town e achava que se calhar não iria encontrar outra grande cidade que me deixasse perdida de amor... até conhecer TOKYO.
Num voo de 7h que ligava Kuala Lumpur a Tokyo, numa compainha area daquelas mesmo à séria (ANA) e a ver a serie Casa de Papel... lá chegamos por volta das 22.20 (hora local) a Tokyo. Chovia torrencialmente e estavam uns 6º, tinha nevado no dia anterior e eu não estava minimamente preparada para um inverno fora de época. Mas, pensamento sempre mais do que positivo e já não via era a hora de chegar ao hotel. Compramos no aeroporto os bilhetes do BUS que nos levavam até à zona do nosso hotel - SHINJUKU. Escolhemos um hotel mesmo junto à estação e foi sem dúvida a escolha mais acertada.
Hotel SUNROUTE PLAZA
Acordar bem cedinho e o plano inicial era conhecer o bairro de SHINJUKU, onde se situava o nosso hotel... mas num amanhecer de chuva miudinha, decidi trocar as voltas ao meu guia (feito por mim e que me deu tanto, mas tanto trabalho que nem me quero lembrar)!! Caminhamos até à estação de metro e lá encontramos senhoras super simpáticas que nos ajudam na compra do cartão - optamos pelo PASMO, um cartão recarregavel e que eu pedi para ser personalizado com o meu nome!!!! :)
Dali seguimos para Harajuk.
No bairro de Harajuku, o profano mistura-se com o sagrado. Em terras outrora pertencentes ao imperador Meiji, situa-se agora o mais importante santuário do Japão. Nos anos sessenta, foi o centro das instalações dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O santuário Meiji-jingu, dedicado ao Imperador Meiji (1868-1912) e sua mulher, a Imperatriz Shoken.
Meiji-jingu está localizado num parque arborizado, logo ao lado da estação de metro Meiji-jingu-mae, e o passeio a pé para chegar ao santuário é por si só muitoa gradável. Adoramos cada recanto apesar da teimosia da chuva!
Dali seguimos para Harajuku Station: uma zona onde os adolescentes japoneses vestem as roupas mais engraçadas e diferentes do que estamos habitiados a ver. Descemos a rua Takeshita Dori, repleta de lojas com tudo o que são falsificações, Candy Shops por todo o lado, muito fast food e a minha loja preferida: uma fábrica de algodão Doce - Totti Candy Factory e o que eu me diverti nesta rua. Entrei e saí de lojas, tirei fotos com murais de balões e peluches, comi algodão doce, crepes e gelados em tudo o que era sitio. Foi uma experiência muito engraçada.
Dali seguimos para Omotesando é uma avenida que vai da estação de Harajuku até a Aoyama dori, onde fica a estação Omotesando. Esta rua é conhecida pelas suas lojas de luxo - Prada, Chanel, Saint Laurent, Dior, Maison Margiela, Celine, etc etc ... a avenida é lindissima e os edificios destas marcas são verdadeiras obras de arquitectura. Vivia fácil em Omotesando e não apenas pela avenida principal... mas sim pelas ruinhas cheias de lojas incriveis e com uma pinta do outro mundo, cafés como o da Kitsuné, gelatarias como a Eddys.. e tantas gente gira por todo o lado.
Em quase todas as lojas e mesmo sem conhecer as marcas podia ter trazido uma peça de tão incrível que tudo era. Acabamos por almoçar naquela zona mesmo (não me recordo o nome) mas em cada esquina há sitios top para comer.
Claro que voltamos nos dias seguintes a esta zona apaixonante.
Num percurso de 1km a pé fomos até Shibuya, dos bairros mais famosos de Tokyo e uma das estações mais movimentas do Japão. Subimos ao Starbucks para ver o famoso e mais movimentado cruzamento de pessoas no mundo e digam o que disserem é de facto incrivel e espectacular. Eu gostei!!! :)
A praça em frente à estação de Shibuya congrega o movimento de pessoas que passam e outras que se passeiam pela zona. Uns posam ao lado da estátua de Hachiko, um cão que se tornou uma lenda nacional por ser tão fiel ao seu dono que, mesmo após a sua morte, continuou, durante anos, a esperar por ele à saída da estação de comboios de Shibuya. Outros olham para cima, para os ecrãs gigantes, e para os anúncios brilhantes.
O cruzamento das ruas Dogen-zaka e Jingu-dori, mais conhecido pelo cruzamento de Shibuya, é famoso pelas suas passadeiras na diagonal que são percorridas por mais de mil pessoas em cada mudança de sinal.
Grandes centros comerciais, cinemas, restaurantes, casas de pachinko, bares de karaoke, love hotels (a versão japonesa da pensão portuguesa) e lojas das mais variadas marcas inundam as ruas adjacentes à estação, sendo as ruas mais representativas, além daquelas já mencionadas, a Center Gai e a Bunkamura-dori. Fomos dar uma volta mas depois de estar em Omotesando só queria ir embora..
Tempo para ir descansar um bocadinho ao Hotel... e seguir para o nosso bairro de Shinjuku, onde iriamos jantar.
Shinjuku – Se alguém pudesse conhecer uma só zona de Tokyo , que representasse o espírito da cidade, o mais certo seria escolher a área de Shinjuku. E porque, simplesmente, nesta zona está concentrado aquilo que torna Tóquio diferente de todas as outras cidades do mundo. No centro, situa-se a Estação de Shinjuku, a mais movimentada do mundo, com cerca de três milhões de passageiros a passar por ela todos os dias. É uma verdadeira plataforma multimodal de transportes, servindo de estação de metro, ferroviária e rodoviária. Do outro lado de Shinjuku, é a área boemia, com cinemas, teatros, neons, entretenimento, bares e casas de pachinko. Seguimos pela saída Kabuki-Cho, que é a região dos neons e entretenimento adulto.
Pertinho do Kabuki cho, tem o Golden Gai ao lado do santuário xintoísta Hanazono-jinja, é um lugar bem diferente. Nos anos 50 era conhecida por ser uma zona de prostituição, mas depois evoluiu para uma área de bares, com seis pequenas vielas, com ligações entre elas ainda mais estreitas estão concentrados pequenos bares, em que a maioria tem apenas uma fila de cadeiras ao balcão. Achei um bocadinho sinistro, por isso acabamos por jantar num restaurante típico de carnes onde não havia um unico turista.
Hora de ir descansar as pernas porque o segundo dia começava bem cedinho.
E assim foi... acordar as 06.30 da manhã e sair em direcção ao Tsukiji Fish Market.
O Tsukiji Fish Market é o maior mercado de peixes do mundo. Compradores de diversos restaurantes chegam as 5 da manhã para participar no leilão de peixes, que vem de várias partes do mundo. O leilão é aberto aos turistas para os primeiros que chegarem e não era essa a nossa intenção... mas sim ver o mercado no seu auge (não vimos e achei meio flop), havia turistas por todo o lado e filas intermináveis para comer sushi logo pela manhã... confesso que prefiro uma torradinha!!! Há quem ame, eu só não achei nada do outro mundo. Adorei sim as lojinhas que compoêm o mercado, onde se vende desde facas, a algas, a cestos, e outras coisas nem sei sabia o que eram.
Seguimos em direcção a Asakusa, um bairro histórico e a sua maior atração é o templo Senso-ji, o mais antigo da capital. É muito bonito e impressionante. A rua que leva ao templo e as adjacentes são cheias de lojas péssimas onde se compram souvenirs também eles péssimos!!!
Dali fizemos um percurso enorme a pé, até encontrar a linha G que nos levava até ao parque UENO... como já devem ter percebido fomos na época da Cherry Blossom (que estava no seu esplendor). E nenhum sitio melhor do que o Ueno Parque para ver esta maravilha da Natureza. Tem templos lá dentro, um lago e até um jardim zoológico (que não fomos visitar porque Pandas é na China e não no Japão).
O parque estava apinhado de turistas JAPONESES!!! Sim, Japoneses pois era época das férias escolares dos miudos e por isso tanto movimento. Claro que esta é também a época alta no Japão, mas mesmo assim viamos muito poucos turistas ocidentais (acho que se deve ao facto da cidade ser gigante).
E mais um bairro para conhecer - AKIHABARA, o paraíso para os amantes da eletrónica, é um bairro como nenhum outro na capital japonesa. É, verdadeiramente, uma meca para compras de tudo o que esteja relacionado com gadgets e afins.
Akihabara é também o habitat da cultura otaku (geek) e o local onde se encontram as mais mirabulantes lojas dedicadas ao manga e anime, E ainda a zona de Tóquio onde mais mega-lojas de pachinko se vê.
Era hora de almoçar e de explorar o bairro de Ginza, onde acabamos por almoçar só com locais no maravilhoso Ginza Bairin (Tonkatsu). Maravilhosooooooo!!!
Apesar das gerações mais novas preferirem bairros como Harajuku, Shibuya, Akihabara e Shinjuku, a verdade é que Ginza continua a ser um dos melhores locais para fazer compras e jantar. Para quem está nessa onda, é em Ginza que se encontram alguns dos melhores department stores – com depachikas deliciosas -, hotéis de luxo, galerias de arte e restaurantes exclusivos.O Ginza Six era um complexo maravilhoso cheio de lojas de luxo e lindo de morrer! Vivia fácil aqui também.
Mas adivinhem onde fomos tomar o nosso café? OMOTESANDO, claro!!! Tão cool que tinha de voltar... e decidimos lá passar a tarde... entrei em todas as lojas que possam imaginar e sonhei... sonhei muito!! :)
Na procura por um restaurante de sushi maravilhoso, encontrei referências a um que ficava a sensivelmente 200m do nosso hotel... era o SHUSHI TOKYO TEN e ficava no maravilhoso NeWoman food hall of Shinjuku. No incio não nos queriam deixar entrar... era claramente um restaurante de locais... mas acho que viram em mim uma diversão para me verem comer sushi e lá nos deixaram entar... posso vos dizer que até da cozinha me vieram ver!!!!! Sou um ás do sushi ou talvez não!!! Foi a melhor refeição de sempre no Japão, a mais cara mas sem dúvida valeu cada moedinha!
Hora de ir dormir... que na manhã seguinte iriamos ver o Monte Fuji.
E assim foi ... acordamos as 06.00 seguimos para a estação, onde fomos primeiro ativar o nosso Rail Pass (7dias) e dali apanhamos o bullet train para HAKONE!
Fizemos o trajeto de Shinjuku até Odawara, gratuitamente, com o JR Tokaido Shinkansen e compramos o Hakone Free Pass na estação de Odawara.
Hakone faz parte do Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu e está localizada a menos de 100km de Tokyo, numa região montanhosa.
Ao chegar em Hakone-Yumoto Station, um manto branco de neve e um frio de rachar, ali apanhar o Hakone Tozan Bus até ao pier Motohakone (cerca de 35 min) para apanhar o navio pirata em direcção à estação Togendai. O cruzeiro pelo lago Ashi demora uns 25 min e é super giro!
Começamos a viagem pelo lago Ashi - o lago Ashinoko, mais conhecido como Ashi, foi formado após uma erupção do Monte Hakone, há cerca de 3000 anos. Saimos na estação Togendai, apanhar o ropeway em direção a Sounzan: é neste trecho que o Monte Fuji pode ser visto bem de pertinho. E eu vi!!! estava meio escondido mas já era possivel ver o cume todo branquinho.
Antes de chegar em Sounzan, descemos logo na estação Owakudani, onde se via na perfeição o Monte Fuji.
Grande parte desta área é uma zona vulcânica ativa, onde se pode ver os vapores sulfurosos. Em Owakudani são vendidos ovos cozidos nas águas sulfurosas. Reza a lenda que se uma pessoa comer este ovo preto (kurô tamagô, em japonês), terá sua vida prolongada por mais 7 anos - Lamento mas não prolonguei!!
Voltamos para a estação de Owakudani e apanhar de novo o ropeway até Sounzan, desembarcar na estação de Sounzan e apanhar o Hakone Tozan Cable Car até a estação de Gora.
Ao chegar a Gora, caminhar em direção à plataforma de comboio Hakone Tozan Train. De lá, ir até a estação Chokoku No Mori para ir ao Hakone Open AirMuseum.
Aberto em 1969, foi o primeiro museu de arte ao ar livre criado no Japão. Há uma exposição permanente com cerca de 120 obras-primas de artistas modernos e contemporâneos do mundo todo, num belo jardim com vista para as montanhas de Hakone.
As coleções expostas à céu aberto incluem obras de Rodin, Bourdelle, Miró, Moore e outros, já na parte fechada há trabalhos de Brancusi, Morie Ogiwara, Boccioni, Lipchitz, Modigliani, Shin Hongo, entre outros.
Além disso, há um pavilhão dedicado à Picasso que exibe uma grande coleção, composta por cerca de 300 itens, dentre eles pinturas, esculturas, cerâmicas e fotos do artista em várias épocas de sua vida.
Hora de voltar a Tokyo... numa viagem demorada!!! Apanhar novamente o Hakone Tozan Train em direção a estação Odawara para então, apanhar o Express Train da linha Odakyu até Shinjuku.
Fomos diretos jantar novamente ao NeWoman food hall of Shinjuku e era hora de voltar ao hotel para fazer as malas... KYOTO estava à nossa espera!